Erva-Doce na Infância: É Seguro Para Bebês e Crianças?

Nos primeiros anos de vida, muitos pais buscam alternativas naturais para aliviar desconfortos comuns da infância, como cólicas, gases e agitação. Entre essas opções, o uso de chás e infusões de plantas se destaca, especialmente no ambiente familiar, onde saberes tradicionais costumam ser passados de geração em geração.

A erva-doce é uma das ervas mais populares nesse contexto. Conhecida pelo seu aroma suave e propriedades calmantes, ela frequentemente aparece como sugestão em receitas caseiras para ajudar bebês e crianças a dormirem melhor ou aliviar dores abdominais. Seu uso, em forma de chá, é comum em muitas casas brasileiras há décadas — mas será que esse hábito é realmente seguro?

Erva-doce na infância: é seguro para bebês e crianças? Essa é uma dúvida legítima e muito importante, principalmente quando falamos de organismos tão sensíveis quanto os dos pequenos. Neste artigo, vamos entender melhor os benefícios, riscos e as recomendações de especialistas sobre o uso da erva-doce nos primeiros anos de vida.

O Que é a Erva-Doce?

A erva-doce, também conhecida pelo nome científico Pimpinella anisum, é uma planta medicinal tradicionalmente utilizada há séculos por suas propriedades terapêuticas. Originária da região do Mediterrâneo e do sudoeste da Ásia, ela pertence à mesma família botânica da salsa e do coentro (Apiaceae), e é muito apreciada tanto na medicina natural quanto na culinária.

Suas sementes pequenas e aromáticas possuem um sabor levemente adocicado e um aroma que lembra o do anis. Elas são as principais responsáveis pelas propriedades medicinais atribuídas à planta, sendo amplamente utilizadas no preparo de chás, infusões e até mesmo em produtos farmacêuticos naturais.

Entre os principais benefícios da erva-doce, destacam-se:

  • Ação digestiva: ajuda a aliviar desconfortos como gases, inchaço e cólicas intestinais.
  • Propriedades calmantes: pode contribuir para a redução da ansiedade e ajudar a induzir o sono.
  • Efeito expectorante leve: auxilia na eliminação de secreções das vias respiratórias em casos de gripes e resfriados.
  • Atividade antioxidante e anti-inflamatória: seus compostos naturais ajudam a proteger as células do corpo e reduzir inflamações leves.

É comum haver confusão entre erva-doce e funcho, já que ambos têm usos e aromas semelhantes. No Brasil, inclusive, os termos costumam ser usados como sinônimos. No entanto, são plantas diferentes:

  • Erva-doce (Pimpinella anisum) tem sementes menores e sabor mais acentuado de anis.
  • Funcho (Foeniculum vulgare), também conhecido como erva-doce verdadeira em alguns contextos, tem folhas mais parecidas com as da salsa e um sabor mais suave.

Ambas as plantas são seguras para consumo em geral e possuem propriedades semelhantes, mas é importante identificar corretamente qual está sendo usada, especialmente quando se trata de oferecer a crianças ou bebês.

A seguir, vamos entender melhor os possíveis benefícios da erva-doce quando usada na infância — e se esses efeitos são realmente comprovados e recomendados por especialistas.

Benefícios da Erva-Doce Para a Saúde

A erva-doce é amplamente conhecida por suas propriedades medicinais suaves e por ser uma aliada tradicional da saúde digestiva e do bem-estar geral. Tanto em adultos quanto em crianças maiores, seu uso é comum como forma natural de aliviar desconfortos leves do dia a dia. A seguir, destacamos os principais benefícios da erva-doce para a saúde — e por que ela é tão lembrada nas receitas caseiras.

Alívio de Gases e Cólicas

Um dos usos mais populares da erva-doce é para o alívio de gases intestinais e cólicas abdominais. Suas sementes contêm compostos que ajudam a relaxar a musculatura do trato gastrointestinal, facilitando a eliminação de gases e reduzindo o desconforto associado. Por esse motivo, o chá de erva-doce é frequentemente oferecido como um calmante natural para o intestino, sendo muito lembrado especialmente durante os primeiros meses de vida do bebê — fase marcada pelas temidas cólicas.

Propriedades Digestivas e Calmantes

A erva-doce também apresenta propriedades digestivas importantes, que estimulam o apetite e promovem uma digestão mais leve. Isso a torna útil não apenas em casos de cólicas, mas também após refeições pesadas ou quando há sensação de estufamento.

Além disso, a planta é reconhecida por seu efeito calmante e levemente sedativo, ajudando a reduzir a agitação, a ansiedade e até mesmo contribuindo para uma noite de sono mais tranquila. Não é raro encontrar pessoas que consomem o chá de erva-doce como parte de um ritual relaxante antes de dormir — um costume que, com a devida orientação, também pode ser estendido às crianças maiores.

Outros Usos Comuns em Adultos e Crianças Maiores

Na rotina familiar, a erva-doce pode ser usada para diversas finalidades:

  • Alívio de tosses e congestão leve, devido ao seu efeito expectorante suave.
  • Redução de desconfortos menstruais, já que a erva ajuda a relaxar a musculatura e reduzir espasmos.
  • Melhora do hálito, quando utilizada como chá ou infusão após as refeições.
  • Uso culinário, adicionando sabor a bolos, pães e biscoitos, especialmente em receitas tradicionais.

Embora esses benefícios tornem a erva-doce uma planta versátil e querida, é importante lembrar que o seu uso em crianças pequenas — especialmente bebês — deve ser feito com muita cautela e sempre sob orientação médica.

Na próxima seção, vamos responder à pergunta central deste artigo: erva-doce na infância é mesmo segura? E quais são os cuidados que os pais devem ter.

Erva-Doce na Infância: É Seguro?

O uso de chás naturais na infância é um hábito muito comum em diversas culturas, especialmente quando se trata de aliviar desconfortos como cólicas ou acalmar o bebê. No entanto, apesar de sua popularidade, o uso da erva-doce na infância levanta dúvidas importantes quanto à segurança e adequação para bebês e crianças pequenas. O que dizem os especialistas sobre isso?

O que dizem pediatras e especialistas?

De forma geral, pediatras e profissionais de saúde recomendam cautela com o uso de qualquer chá em bebês, especialmente nos primeiros meses de vida. Embora a erva-doce possua propriedades benéficas, seu uso em bebês deve ser restrito e avaliado caso a caso.

A maior preocupação dos especialistas está relacionada à imaturidade do sistema digestivo e imunológico dos recém-nascidos, que pode reagir de forma imprevisível a substâncias externas, mesmo naturais. Além disso, chás e infusões podem interferir na absorção de nutrientes importantes do leite materno ou da fórmula, e até substituir uma mamada, o que pode ser prejudicial ao crescimento.

Idade recomendada para introdução (se houver)

De acordo com a maioria das diretrizes pediátricas, bebês com menos de 6 meses não devem consumir nenhum tipo de chá ou alimento além do leite materno ou fórmula infantil. A introdução de líquidos diferentes antes desse período pode causar desequilíbrios no organismo, aumentar o risco de infecções e até provocar intoxicações leves.

Após os 6 meses, com o início da introdução alimentar, alguns pediatras podem liberar o uso eventual e moderado de infusões suaves, como a de erva-doce, desde que preparadas corretamente e em pequenas quantidades.

Formas de consumo mais seguras

Se liberado pelo pediatra, a forma mais segura de oferecer erva-doce a uma criança maior é por meio de chá fraco, preparado apenas com sementes secas e água filtrada, sem adição de açúcar, mel (que não é recomendado antes de 1 ano), ou outros ingredientes.

Algumas dicas para preparo seguro incluem:

  • Usar apenas meia colher de chá de sementes para 200 ml de água.
  • Deixar em infusão por no máximo 5 minutos.
  • Coar bem e servir morno ou em temperatura ambiente.
  • Oferecer em quantidades pequenas (como 30 a 50 ml) e não mais que uma vez ao dia, sempre observando a reação da criança.

Cuidados com bebês menores de 6 meses

Para bebês com menos de 6 meses, a recomendação é clara: nenhum tipo de chá deve ser oferecido sem orientação médica específica. Isso inclui também a erva-doce, por mais natural e inofensiva que ela possa parecer. Nessa fase, qualquer sinal de cólica ou desconforto deve ser tratado com métodos mais seguros, como massagem, mudanças na posição do bebê, e técnicas de alívio validadas por profissionais de saúde.

Além disso, o uso de produtos industrializados com erva-doce (como medicamentos fitoterápicos ou fórmulas prontas) também deve ser evitado sem recomendação médica, já que a concentração de princípios ativos pode variar bastante e representar riscos à saúde dos pequenos.


Na próxima seção, vamos falar sobre os riscos e contraindicações do uso da erva-doce em bebês e crianças, e por que o “natural” nem sempre é sinônimo de “seguro”.

Riscos e Contraindicações

Embora a erva-doce seja uma planta amplamente utilizada e considerada segura em muitas situações, é importante lembrar que nem tudo o que é natural é isento de riscos — especialmente quando falamos de bebês e crianças pequenas. Antes de oferecer qualquer tipo de chá ou remédio natural aos pequenos, é essencial entender as possíveis reações adversas, limitações de uso e situações em que a erva-doce deve ser evitada.

Possíveis reações alérgicas

Apesar de serem raras, algumas pessoas — inclusive crianças — podem apresentar reações alérgicas à erva-doce. Os sintomas podem incluir:

  • Irritação na pele ou vermelhidão;
  • Coceira;
  • Inchaço nos lábios ou olhos;
  • Dificuldade para respirar (em casos mais graves).

Se a criança nunca teve contato com a erva-doce antes, o ideal é começar com uma quantidade muito pequena e observar possíveis reações por pelo menos 24 horas. Caso ocorra qualquer sintoma estranho, a erva deve ser suspensa imediatamente e o pediatra deve ser consultado.

Perigo do uso excessivo

Assim como qualquer substância medicinal, o uso excessivo de erva-doce pode trazer efeitos negativos. Em grandes quantidades, os compostos ativos presentes nas sementes podem causar:

  • Sonolência excessiva;
  • Desconforto gástrico;
  • Vômitos ou diarreia;
  • E em casos muito raros, toxicidade leve no fígado, especialmente se a infusão for muito concentrada ou ingerida com frequência.

Para crianças, a dose deve ser sempre mínima e esporádica, e nunca deve substituir uma alimentação ou uma hidratação adequada.

Interações com medicamentos ou condições de saúde

Outro ponto importante a considerar é que a erva-doce pode interagir com certos medicamentos, potencializando ou reduzindo seus efeitos. Por exemplo:

  • Crianças em uso de medicações anticonvulsivantes, analgésicos ou anti-inflamatórios devem evitar o uso de chás sem liberação médica.
  • Em condições como epilepsia, problemas hepáticos ou distúrbios hormonais, o uso de ervas deve ser acompanhado de perto.

Além disso, como a erva-doce tem leve ação estrogênica (semelhante ao hormônio feminino estrogênio), há uma precaução adicional no uso em crianças com histórico de distúrbios hormonais, embora esse risco seja extremamente baixo em doses comuns.

Casos em que não é recomendado

A erva-doce não é recomendada nas seguintes situações:

  • Bebês com menos de 6 meses de idade;
  • Crianças alérgicas a plantas da família Apiaceae, como coentro, salsa e aipo;
  • Crianças com diagnóstico de refluxo gastroesofágico grave, já que o chá pode não ser bem tolerado;
  • Uso contínuo ou diário, mesmo em crianças maiores — a erva-doce deve ser utilizada ocasionalmente, como suporte, e não como tratamento recorrente.

Concluindo, apesar de seus benefícios reconhecidos, a erva-doce precisa ser usada com moderação, bom senso e orientação médica, especialmente na infância. Na próxima seção, vamos ver quais são as alternativas seguras e naturais que os pais podem adotar para aliviar cólicas e desconfortos em seus filhos.

Alternativas Seguras para Bebês

Se você é pai, mãe ou cuidador, sabe o quanto é angustiante ver um bebê sofrendo com cólicas ou desconfortos digestivos. Nessas horas, a tentação de recorrer a soluções rápidas — como chás naturais — é grande. Mas, como vimos, o uso de ervas como a erva-doce exige cautela, especialmente nos primeiros meses de vida. A boa notícia é que existem alternativas seguras e eficazes para aliviar as cólicas dos bebês sem comprometer a saúde deles.

Métodos naturais aprovados para aliviar cólicas

Antes de pensar em qualquer chá ou medicamento, é importante lembrar que existem diversas técnicas simples e naturais, recomendadas por pediatras, que podem ajudar a acalmar o bebê:

  • Massagens na barriguinha com movimentos circulares no sentido horário;
  • Banho morno, que ajuda a relaxar a musculatura e proporciona conforto;
  • Contato pele a pele, que transmite segurança e reduz a ansiedade do bebê;
  • Mudanças de posição, como colocar o bebê de bruços em seu colo ou sobre uma almofada para ajudar na liberação de gases;
  • Exercícios com as perninhas, imitando o movimento de pedalar, para estimular o funcionamento do intestino.

Essas técnicas são eficazes, não invasivas e podem ser realizadas em casa com segurança.

Chás permitidos (com muita cautela)

Embora a recomendação oficial seja evitar qualquer tipo de chá antes dos 6 meses, há algumas exceções que podem ser consideradas com orientação médica. Após esse período, certos chás suaves e bem preparados podem ser liberados, como por exemplo:

  • Camomila: conhecida por seu efeito calmante e digestivo, é uma das poucas ervas consideradas seguras em infusão fraca. Deve ser oferecida em quantidades muito pequenas, sem açúcar, e observando possíveis reações.
  • Erva-cidreira (melissa): também possui propriedades calmantes e pode ser considerada em alguns casos, com moderação.

Vale reforçar que esses chás não devem substituir a alimentação ou hidratação do bebê, e seu uso deve ser ocasional, nunca contínuo. Sempre consulte o pediatra antes de oferecer qualquer infusão, mesmo as consideradas “inofensivas”.

Quando procurar ajuda médica

Nem sempre as cólicas e o desconforto são apenas parte do desenvolvimento normal. Existem sinais de alerta que indicam a necessidade de buscar orientação profissional:

  • Choro inconsolável por várias horas, mesmo após tentar métodos de alívio;
  • Presença de sangue nas fezes ou vômitos frequentes;
  • Distensão abdominal (barriguinha muito dura ou inchada);
  • Febre, perda de apetite ou letargia;
  • Histórico familiar de alergias alimentares ou intolerâncias.

Nestes casos, o mais seguro é levar o bebê ao pediatra para uma avaliação mais detalhada. Em alguns casos, o desconforto pode estar relacionado a refluxo, intolerância à lactose ou até alergia à proteína do leite de vaca (APLV).


Embora seja tentador recorrer a soluções naturais como a erva-doce, o melhor caminho para o bem-estar dos bebês é a informação e o cuidado individualizado. Com orientação adequada, é possível aliviar os incômodos da infância de forma segura e afetuosa.

Na próxima seção, traremos dicas práticas para o uso seguro da erva-doce em crianças maiores — caso o pediatra libere.

Dicas de Uso da Erva-Doce Para Crianças

Se o seu filho já passou da fase dos 12 meses e o pediatra autorizou, a erva-doce pode ser utilizada com moderação como um apoio natural para o bem-estar digestivo e emocional. No entanto, mesmo em crianças maiores, é fundamental seguir algumas recomendações importantes para garantir que o uso seja seguro, eficaz e sem riscos.

Como preparar um chá seguro

A forma mais comum de oferecer erva-doce às crianças é por meio de infusão (chá). Para que o preparo seja suave e apropriado para os pequenos, siga estas orientações:

Ingredientes:

  • 1 colher de chá rasa de sementes secas de erva-doce;
  • 200 ml de água filtrada.

Modo de preparo:

  1. Ferva a água e desligue o fogo assim que atingir ebulição.
  2. Adicione as sementes e tampe o recipiente.
  3. Deixe em infusão por 5 a 7 minutos no máximo.
  4. Coe bem e espere esfriar. O chá deve ser oferecido morno ou em temperatura ambiente.

Importante:

  • Não adicione açúcar, mel ou adoçantes;
  • Use sempre sementes puras e de boa procedência;
  • Evite infusões prontas ou industrializadas, a menos que sejam indicadas pelo pediatra.

Frequência recomendada

Mesmo sendo natural, a erva-doce não deve ser consumida diariamente por crianças. O ideal é que o chá seja oferecido em situações pontuais, como:

  • Após uma refeição pesada;
  • Quando a criança está com gases ou leve desconforto abdominal;
  • Antes de dormir, ocasionalmente, para ajudar no relaxamento.

A frequência segura geralmente é de 1 a 2 vezes por semana, sempre em pequenas quantidades e com acompanhamento dos pais. Se o uso for mais frequente, deve haver avaliação profissional para garantir que não haja sobrecarga de compostos ativos no organismo da criança.

Doses orientadas para crianças maiores (acima de 1 ano)

As doses devem sempre ser leves e respeitar a idade da criança. Veja uma sugestão geral — mas lembre-se: sempre confirme com o pediatra antes de introduzir qualquer tipo de chá:

  • De 1 a 2 anos: até 30 ml por vez, 1 vez por semana.
  • De 2 a 5 anos: até 50 ml por vez, no máximo 2 vezes por semana.
  • Acima de 5 anos: pode-se chegar a 100 ml, em casos pontuais.

Nunca ofereça mais de uma dose por dia e observe possíveis reações após o consumo. Qualquer sinal de desconforto, alergia ou alteração no comportamento deve ser levado ao conhecimento do pediatra.


Com preparo adequado e uso responsável, a erva-doce pode ser uma aliada natural para crianças maiores, ajudando a aliviar pequenos desconfortos e a promover momentos de calma. No entanto, sempre priorize o acompanhamento profissional e evite o uso frequente ou automático, mesmo em crianças que já se alimentam bem.

Na próxima e última seção, vamos fazer um resumo com as principais conclusões e cuidados essenciais sobre o uso da erva-doce na infância.

Conclusão

A erva-doce é, sem dúvida, uma das plantas medicinais mais populares no Brasil — especialmente quando se trata de cuidar dos pequenos com carinho e métodos naturais. Seu sabor suave e suas propriedades digestivas e calmantes fazem dela uma escolha comum entre pais e avós. No entanto, como vimos ao longo deste artigo, o uso da erva-doce na infância requer atenção, moderação e orientação profissional.

Entre os principais benefícios, destacam-se o alívio de gases e cólicas, o auxílio à digestão e o leve efeito calmante. Mas, por outro lado, também identificamos riscos importantes, como reações alérgicas, uso excessivo, interferência na nutrição infantil e possíveis interações com medicamentos.

➡️ Bebês com menos de 6 meses não devem consumir chá de erva-doce (ou qualquer outro) sem liberação médica.
➡️ A partir de 1 ano, o uso pode ser considerado, com cuidado e em situações específicas — nunca como rotina.

É fundamental não demonizar o uso das ervas, afinal, a fitoterapia pode ser uma aliada da saúde em qualquer idade. Mas também é preciso evitar recomendações generalizadas ou o uso automático apenas por tradição. O que funciona para um adulto pode não ser seguro para uma criança.

Por isso, a orientação do pediatra deve ser sempre o ponto de partida. Cada bebê é único, com seu próprio ritmo de desenvolvimento e necessidades. E o papel dos pais e cuidadores é buscar informações confiáveis, fazer escolhas conscientes e respeitar os limites naturais do organismo infantil.

Com equilíbrio, informação e o acompanhamento certo, é possível aproveitar o melhor da natureza com responsabilidade — e promover uma infância mais leve, saudável e segura.

Perguntas Frequentes Sobre Erva-Doce na Infância

Essa seção responde às dúvidas mais comuns de pais e cuidadores sobre o uso da erva-doce com bebês e crianças pequenas. Boa para reforçar os pontos mais importantes e facilitar a busca por informações específicas.


Bebês podem tomar chá de erva-doce?

Não é recomendado oferecer chá de erva-doce para bebês menores de 6 meses. Nessa fase, o sistema digestivo ainda está em desenvolvimento, e o leite materno (ou fórmula) deve ser a única fonte de nutrição e hidratação.

Após os 6 meses, o chá pode ser considerado em casos específicos e sempre com orientação do pediatra. Mesmo assim, deve ser oferecido em infusão fraca, sem açúcar e em pequenas quantidades.


A erva-doce ajuda mesmo nas cólicas?

Sim, a erva-doce possui propriedades digestivas e carminativas, o que significa que pode ajudar na eliminação de gases e alívio das cólicas, principalmente em crianças maiores. Também tem leve efeito calmante, o que pode contribuir para momentos de maior relaxamento e conforto.

No entanto, em bebês muito pequenos, os efeitos ainda são controversos e os riscos podem superar os benefícios, se usada de forma inadequada. Por isso, é fundamental ter orientação médica antes de usar.


Qual a dose segura para crianças?

A dose segura depende da idade da criança, da concentração do chá e da frequência de uso. Veja uma referência geral:

  • 1 a 2 anos: até 30 ml de chá fraco, 1 vez por semana.
  • 2 a 5 anos: até 50 ml, até 2 vezes por semana.
  • Acima de 5 anos: até 100 ml, em situações pontuais.

Lembre-se: o chá deve ser sempre leve, feito apenas com sementes de erva-doce e água, sem adição de açúcar, mel ou outros ingredientes. E o mais importante: sempre consulte o pediatra antes de introduzir qualquer planta medicinal na rotina da criança.

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